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Competências e habilidades: como desenvolver as suas?

Competências e habilidades

Competências e habilidades são úteis em diversos campos de trabalho. Ambas podem ser muito convenientes a profissionais que disputam espaço num mercado de trabalho cada vez mais exigente.

No entanto, competências e habilidades muitas vezes são tratadas como sinônimos, apesar de não serem. Vamos à distinção entre elas antes de buscar aperfeiçoamento.

Quais são as diferenças entre competências e habilidades

Em primeiro lugar, peguemos as competências. Há mais de uma maneira de defini-las, mas podemos estabelecer, de modo geral, que competência é a articulação de conhecimentos para solucionar problemas.

O psicólogo suíço Philippe Perrenoud enxerga a competência como a concatenação criativa de vários fatores para atender a uma demanda.

Tomemos como exemplo um músico que toca violão. Ele geralmente usa uma palheta para tocar o instrumento. Certo dia, ele é contratado para uma gravação urgente e sai correndo de casa para o estúdio, e só se dá conta de que esqueceu sua palheta instantes antes de gravar.

Ele é capaz de usar outro meio de executar a mesma tarefa, mesmo sem a palheta, e entregar um resultado adequado: ele pode fazer uma batida com os dedos nas cordas, ou mudar o arranjo da canção, ou até dedilhar as cordas. A capacidade de atuar em diferentes condições faz dele um profissional competente.

Do ponto de vista da Administração, a competência pode ser definida como a combinação de três elementos: conhecimentos, habilidades e atitudes. Atitudes são as ações adotadas. Conhecimentos são informações acumuladas a partir de experiências e estudos.

Já a habilidade pode ser entendida como o nível de proficiência de alguém para exercer uma competência. É o grau de competência para conseguir transformar conhecimentos em resultados positivos.

Portanto, as habilidades formam as competências. Porém, cada habilidade não está limitada a apenas uma competência.

Alguém que tenha domínio de habilidades matemáticas, por exemplo, pode empenhá-las em atividades de contabilidade, finanças, física teóricas, arquitetura, entre outras.

Como as habilidades se aplicam no mundo profissional?

Tanto as habilidades profissionais quanto as habilidades pessoais podem ser úteis num ambiente de trabalho.

As habilidades profissionais podem ser técnicas ou de liderança. As habilidades de liderança são aquelas que ajudam na coordenação de equipes, de tarefas e de tempo. É o tipo de aprendizado fomentado, constantemente, em palestras e oficinas dentro de empresas.

Já as habilidades técnicas são aquelas de conhecimento específico de cada profissional. Para arquitetos, por exemplo, é fundamental conhecer materiais para construção e seus contextos de uso correto, assim como ferramentas de planejamento e modelagem como Autocad e Revit.

Por fim, as habilidades pessoais são aquelas ligadas à personalidade dos profissionais. Elas podem não ser cobradas formalmente, mas são importantes, na prática, no relacionamento interpessoal, e refletem no resultado do trabalho.

Algumas habilidades pessoais são mais ou menos valorizadas em determinados contextos profissionais e também podem ser estimuladas, se não ensinadas. Curiosidade, flexibilidade, criatividade e empatia são alguns exemplos desse tipo de habilidade.

Por que é importante aprender novas habilidades?

O dinamismo no mercado de trabalho aumentou muito nos últimos anos e promete seguir a tendência. Alta rotatividade de postos e aumento de riscos (e oportunidades) substituem a antiga estabilidade nos postos de trabalho.

Além disso, os empregadores têm demanda por profissionais qualificados. A 7ª edição do Índice de Confiança Robert Half (2019) trouxe a informação de que 88% dos executivos brasileiros acreditam que é mais desafiador encontrar mão de obra qualificada atualmente do que cinco anos atrás – a média global é de 72%, a partir de comparação entre 13 países.

Por isso, aprender novas habilidades e competências, para além da educação formal, é mais valioso do que nunca. Esse é o tipo de aprimoramento pessoal que pode levar a uma melhor adaptação em meio às mudanças constantes.

De fato, não apenas o mercado de trabalho é mutável, mas também as próprias habilidades. Os profissionais devem nutrir dedicação e empenho constante, sustentando a aprendizagem – não se trata de aprender algo de uma vez para entrar num trabalho e, obtido o sucesso, se acomodar ou nunca mais “encostar” na habilidade novamente.

Demanda variável por competências e habilidades

A presente iminência da Quarta Revolução Industrial se traduz na necessidade de desenvolver certas competências e habilidades. Afinal, dia a dia os avanços nos campos de robótica, inteligência artificial, aprendizagem automática e transporte automatizado modificam as perspectivas para profissionais de todas as áreas de atuação.

O relatório “O Futuro dos Empregos”, publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2016, indicava quais seriam as competências profissionais em 2020. A solução de problemas complexos, o pensamento crítico e a criatividade foram as competências mais bem-colocadas na lista.

Dentre as mais importantes competências, algumas delas são típicas competências de liderança: gestão de pessoas e a capacidade de medir resultados com base nas atitudes da equipe são alguns exemplos.

Consultar esse relatório ajuda a entender a rapidez das mudanças em curso e as estratégias imaginadas pelas empresas para se adaptarem a elas.

Embora 2020 já tenha chegado, o material também deixa outro aprendizado: a demanda pelas competências e habilidades também varia enormemente em curtos intervalos de tempo. Portanto, atualizar-se é sempre preciso.

O ponto de vista das organizações

As organizações encaram enormes desafios em identificar, atrair e reter talentos em seus quadros de profissionais. Por um lado, essas são escolhas fundamentais para o sucesso e a perpetuação dos empreendimentos. Por outro lado, é complicado aferir apenas pelo recrutamento se estamos diante de profissionais de alta performance e responsáveis.

Recrutar profissionais com valores em comum com a organização é uma maneira de aumentar a probabilidade de sucesso na seleção de talentos. Definir claramente as necessidades da empresa e as responsabilidades esperadas desses profissionais são maneiras de alcançar esse objetivo.

O acolhimento e a integração de novos talentos no ambiente de trabalho devem andar ao lado da formação profissional. Nesse sentido, programas es estágio e mentoria cumprem papel importante.

Conclusão

Não é apenas a demanda de competências que varia bastante: a própria conceituação dessa palavra também evoluiu muito no decorrer da História, adaptando-se às novas contingências.

A palavra “competência” já existia na Idade Média, mas era usada exclusivamente no meio jurídico, para descrever a aptidão de um profissional ou de uma instituição para julgar um assunto.

Posteriormente, passou a ser aplicada em sentido mais amplo, para designar a capacidade de uma pessoa discorrer sobre um tema. Hoje, as definições de competência para fins profissionais são muito mais empíricas, relacionadas à capacidade de cumprir tarefas.

Quem sabe daqui a poucos anos, a palavra passe a assumir novos significados. As necessidades de empresas e profissionais, e as tecnologias usadas no trabalho certamente mudarão muito em pouco tempo.          

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